quarta-feira, 21 de maio de 2014

CULTURA - Diferentes vozes debatem realidades no segundo dia

Muitas vozes - de diferentes regiões, grupos sociais e sotaques - e enormes demandas para serem atendidas. Reunidos em grupos temáticos, os mais de 2 mil pontos de cultura que participam em Natal da Teia Nacional da Diversidade 2014 debatem desde segunda-feira (19/05) ações do programa federal Cultura Viva, estratégias de articulação, mobilização e comunicação. Uma discussão intensa com o objetivo de corrigir problemas, manter e dar visibilidade a suas atividades.
Cada um tem suas demandas próprias, como o ponto de cultura indígena Yurã Xinã Kaya (O corpo do pensamento), na comunidade de Rio Breu, no Acre, que aguarda por recursos para poder realizar três videodocumentários. Representando o ponto de cultura no grupo de trabalho Territórios Tradicionais, o índio Iskubu Huni Kui reclamou da burocracia que emperra o repasse de dinheiro e também das informações que não chegam a sua distante comunidade. Já a preocupação de outro ponto de cultura indígena era  com a veiculação dos videodocumentários na televisão aberta, que poderia se dar, segundo seu representante, através do canal TV Brasil. 

Delegado dos pontos de cultura da Bahia e membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura,  Lula Dantas participou do grupo de trabalho Matriz Africana, que, segundo ele, tem como uma de suas principais pautas a manutenção da vida dos jovens de terreiros. “Nossos templos vêm sendo saqueados e a cultura só vai ser viva se tivermos jovens vivos”, disse. 

E, no contexto geral, a maior expectativa – de todos os pontos de cultura -, é a criação da lei Cultura Viva. “O programa Cultura Viva (que está completando dez anos) foi essencial, mas ele não está dando conta de tanta demanda da sociedade organizada. Queremos uma política cultural de verdade”, disse Lula, lembrando que já são quatro anos sem editais de fomento.   

A Teia Nacional da Diversidade, realizada depois de quatro anos, prossegue até o dia 24, com atividades em vários espaços. Diferente do que informa a programação, somente nesta quarta-feira, 21, começa a Feira de Economia Solidária e Criativa nas tendas montadas nas proximidades do anfiteatro da UFRN. 

Trinta pontos de cultura, de diferentes partes do Brasil, vão estar expondo e comercializando peças artesanais no local, das 9h às 16h, horário programado para o cortejo Cultura Viva sair da Av. Rio Branco (IFRN Cidade Alta) com destino à Praça Augusto Severo (em frente ao Teatro Alberto Maranhão), onde haverá apresentações de grupos artísticos, a partir das 19h. E quinta, 22, é o dia da abertura oficial do evento, com a presença da ministra da Cultura Marta Suplicy. A solenidade está prevista para a parte da manhã, depois das 9h, na UFRN.     

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